Em 2008 o mundo viveu a crise de liquidez imobiliária estadunidense, devido ao excesso de crédito subprime - empréstimos de alto risco sem garantias reais ou fidejussórias.
Sem a capacidade de pagamento dos tomadores de empréstimos o sistema bancário internacional entrou em crise.
A interrupção do fluxo migratório de capitais provocou reação em cadeia entre as principais economias do planeta.
Na época o ex-presidente Lula contrariando a ortodoxia econômica mandou que os trabalhadores não parassem de consumir porque,se assim o fizessem, perderiam seus postos de trabalho.
Para atingir o seu objetivo o governo rompe mais uma vez com os manuais de economia e abre mão de impostos e,assim, diminui alíquotas de IPI,PIS e COFINS a fim de incentivar o consumo interno - deu certo, o Brasil foi uma das maiores economia do mundo a viver um efeito menor da crise e o primeiro país a sair dela.
Depois vieram as crises de 2010 e a de 2012 e mais uma vez o consumo das famílias e do setor de serviços salvaram a economia.
Porém, a crise econômica interna que deu prenúncios em 2014,mostrou que a capacidade de consumo das famílias e do setor de serviços começaram a enfraquecer, embora tenham impedido o ano passado que o nosso PIB tivesse crescimento negativo - o crescimento foi de 0,1% o que evitou a recessão.
Mas a atual politica fiscal contracionista do governo federal criou condições desfavoráveis para o consumo, via aumento de alíquotas de impostos sobre serviços e produtos fornecidos pela União como a energia elétrica e os combustíveis que implicam em aumento nos custos de produção da industria e do comércio.
E como o governo precisa gerar R$80.8 bilhões de superávit primário em 2015,ou seja, economizar cerca de R$6,8 bilhões ao mês para cumprir metas do superávit fiscal a tendência é de maior rigor para o equilíbrio das contas nacionais.
Diante disso, o governo vai ter que cortar despesas e investimentos para pagar os juros da dívida publica.
E se o espiral inflacionário crescer, o governo não vai hesitar em aumentar os juros do crédito ao consumidor e do imposto compulsório para retirar moeda do meio circulante.
Ou seja, a participação do consumo das famílias e do setor de serviços para salvar o PIB em 2015 talvez não aconteça.
O Banco Mundial prevê crescimento de 1% para o PIB brasileiro apostando provavelmente no cenário externo, por conta de algum crescimento significativo do PIB chinês ou estadunidense.
José Carvalho, Salvador, abril de 2015.
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