A economia brasileira que claudicava desde 2014 e com o anuncio das MP's 664 e 665 ao final daquele ano para economizar 1,2% do PIB e, assim, reequilibrar as contas publicas para cumprir metas do superávit primário para o pagamento dos juros da dívida pública se mostrou uma solução equivocada.
O tratamento ao invés de ter sido a solução para o déficit fiscal acabou por agravar o problema - o freio agudo na economia trouxe desconfiança ao mercado e o grande número de recursos que foi contingenciado da economia fez o consumo interno cair abruptamente .
Com a queda vertiginosa do consumo interno a arrecadação fiscal também cai e por conseguinte se amplia o desequilíbrio das Contas Nacionais.
E fechamos o ano de 2015 com inflação acima dos 9,46% e previsão de queda do PIB em torno dos seus 3,6%.
Tem início o ano de 2016 e o governo reincide no mesmo erro ao anunciar medidas econômicas escorchantes como o aumento de impostos, desinvestimento em programas sociais como o Minha Casa. Minha Vida, tirar incentivos do setor produtivo mas as medidas não serão insuficientes para cobrir as despesas correntes do governo orçada em quase R$1,211 trilhões frente a uma arrecadação fiscal prevista para 2016 em torno dos seus R$1.180 trilhões.
Enquanto isso o governo tenta faz malabarismo econômico que envolve politica cambial de valorização do dólar a fim de favorecer as exportações brasileiras e com a moeda americana em alta diminuir as importações e favorecer o consumo dos produtos nacionais - os aumentos da taxa de juros Selic serviria para conter o descontrole do consumo interno e, assim, impedir o crescimento do espiral inflacionário.
Mas a elevação do dólar tem tido efeito colateral porque gera aumento no custo dos produtos e serviços internos e como consequência a elevação de preços retrai o consumo - um dilema de Hamlet.
Medidas econômicas que têm, até então, se mostrado ineficazes por provocar inflação de custos que aliada a inflação estrutural pode levar o país a uma situação de estagflação econômica.
O grande capital, os rentistas e os políticos a serviço dos interesses externos de corporações e governos exigem mais cortes nos investimentos e programas sociais.
Por outro lado a grande mídia e os donos do grande capital querem, e exigem, uma solução pelos seus efeitos e não uma solução pela raiz do problema.
A raiz do problema é o assalto que é feito aos cofres do país com a exigências de se gerar o superávit primário a fim de renumerar os agiotas nacionais e transnacionais e a abordagem que a grande mídia hegemônica tem dado ao problema é de escamotear o cerne do desequilíbrio das Contas Nacionais ao invés de tratar a questão visceralmente impõe seus sofismas aos brasileiros ocultando deles a verdade dos fatos, no caso, o pagamento dos juros da dívida publica federal.
Sobre este assunto, dívida pública, escrevi o artigo a seguir.
http://politicaeatualidades.blogspot.com/2015/03/divida-publica-exportacao-liquida-de.html?spref=fb
Mas auditar a dívida publica brasileira é praticamente impossível com a "Carta ao Povo Brasileiro" do ex-presidente Lula e uma cláusula pétrea nos contratos assumidos com os credores internos e externo durante os governos de FHC impede a revisão dos contratos já assinados pelo Brasil em qualquer tempo.
Enquanto não vem uma solução de fora para dentro para resolver a nossa grave crise econômica tal qual a China voltar a comprar nossas commodities aos volumes anteriores e a economia mundial voltar a crescer o jeito é o governo jogar o jogo da cabra-cega econômico para ver se consegue acertar alguma coisa às cegas.
Salvador, março de 2016.
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