quinta-feira, 18 de junho de 2015

PT, UM PARTIDO QUE EM TEMPOS DE GUERRA FAZ ACORDO COM O "INIMIGO".

Findado o 5º Congresso Nacional do PT na Bahia, o texto final da Carta de Salvador estabelece uma frente  mais à direita no campo ideológico do partido com a sua rejeição ao imposto sobre as grandes fortunas, imposto sobre heranças, imposto sobre lucros e dividendos e a auditoria da dívida publica e a manutenção da aliança de centro-esquerda com o PMDB.

Uma carta essencialmente conservadora em nome da governabilidade e  de rendição ao grande capital.

Os avanços sociais dos últimos 12 anos devem permanecer enquanto interessar a "senhora governabilidade - PMDB" e a maioria conservadora do Congresso Nacional.

O documento assinado em Salvador não foi uma carta híbrida como alguns pensavam a fim de sintetizar e conciliar os interesses das várias vertentes dentro do partido, ao contrário, foi uma carta metamórfica de um partido que caminha a passos largos para se tornar um novo PSDB.

O PT segue a trajetória de se tornar mais um partido faz-de-conta que finge se preocupar com as desigualdades e injustiças sociais enquanto faz concessões e benesses ao grande capital.

Os próximos 4 anos o Partido dos Trabalhadores vai fazer lembrar uma celebre frase do ex-ministro da fazenda  Mário Henrique Simonsen , em que dizia:

"Poucos são tão tolos a ponto de acreditarem que o estado vá fazer alguma coisa por quem não tem nada pois, na verdade, o que ser quer e, precisamente se deseja, é manter o privilégio de poucos fazendo de conta que trabalha em favor da maioria" (sic).

O tema escolhido para o encontro em Salvador foi:

"Um partido para os tempos de guerra".

A frase de impacto sugeriria um posicionamento mais ousado, de auto-defesa do Partido dos Trabalhadores frente ao ambíguo PMDB e aos ataques sistemáticos da oposição em parceria com o judiciário.

Uma carta com  diretrizes corajosas diante dos grandes grupos econômicos nacionais e transnacionais, porém,  a escolha recaiu  em fazer um acordo, uma aliança com o "inimigo" para uma coexistência pacífica entre os interesses do Estado x Capital em prejuízo dos menos favorecidos.

Um país em recessão com empresas que funcionam no vermelho e outras já baixando às portas, trabalhadores com perda do poder aquisitivo dos salários e diminuição dos postos de trabalho, tudo isso aliado a um governo que não sabe o que fazer para retomar o crescimento econômico brasileiro onde só o capital financeiro lucra com a crise e o povo ouve a cantilena que em um futuro próximo as coisas vão mudar.

José Carvalho, Salvador, junho de 2015.











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